quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Correlação: ativos do FED e S&P 500

A partir da eclosão da crise financeira internacional de 2008, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) lançou mão de uma série de medidas chamadas de "não convencionais" para auxiliar no processo de retomada econômica do País. Esse expediente foi utilizado porque os instrumentos usuais de política monetária, mesmo com a redução da taxa de juros de curto prazo (fed funds) para um nível próximo a zero, não foram suficientes para recolocar o País numa trajetória de crescimento sustentado. Como resultado, a autoridade monetária gerou três programas de afrouxamento quantitativo (QE) que tiveram, basicamente, dois grandes objetivos: (i) pressionar para baixo as taxas de juros de longo prazo através da compra de títulos da dívida com longa maturidade, incentivando o consumo e o investimento e (ii) estimular o mercado imobiliário (epicentro da turbulência) através da compra de ativos com lastro em hipotecas (gerando uma diminuição das taxas de juros dos financiamentos). Esses três programas inundaram os mercados com liquidez, de tal modo que os agentes econômicos direcionaram esse capital em excesso para a aquisição de ativos em escala global, produzindo uma forte valorização dos mesmos. Esse movimento também ocorreu com o índice S&P 500, conforme o gráfico abaixo. Há uma forte correlação entre as séries, de 0,973.


Por fim, cabe destacar que, a partir da sólida recuperação da economia americana, o último QE já foi encerrado. Mais do que estancar o crescimento dos seus ativos, o FED deverá desfazer-se, pelo menos em parte, de suas aquisições. Se isso realmente acontecer, o S&P 500 apresentará uma desvalorização.

Descrição das séries:
Ativos do FED: All Federal Reserve Banks - Total Assets, Eliminations from Consolidation
S&P 500: índice S&P 500.
Ambas foram retiradas do site do FRED (Federal Reserve Economic Data), através do seguinte link:

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