segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A relação entre o Risco-Brasil e a taxa de câmbio

Uma das características fundamentais de qualquer tipo de investimento diz respeito à relação risco-retorno envolvida em cada aplicação. Quanto maior a possibilidade de se obter ganhos, maior tende a ser o risco envolvido (possibilidade de inadimplência), ou seja, há um claro trade-off (dilema). Nesse sentido, o Risco-Brasil, calculado diariamente pela JP Morgan, procura medir o risco envolvido na aquisição dos títulos da dívida externa do País. Essa medida apresenta como referência os títulos da dívida americana, considerados totalmente seguros: a cada 100 pontos, o investidor exige um prêmio pelo risco assumido de 1% sobre estes. Quanto mais baixo esse valor, menor é o custo de captação de recursos no exterior para o Governo.

O gráfico abaixo mostra que há uma correlação positiva entre as duas séries. Quando o Risco-Brasil diminui, a taxa de câmbio se valoriza, ou seja, uma menor quantidade de reais é necessária para comprar um dólar, e vice-versa. A explicação está no fato de que, quanto menor o risco, maior é o incentivo para a aplicação de recursos na nossa economia. Por conseguinte, quanto maior a entrada de dólares na nossa economia, menor é o seu valor (pela lei da oferta e da demanda) ante o Real.


Mesmo sem crescer de maneira contínua a partir de setembro, fica evidente que o indicador encontra-se num patamar mais alto. Além disso, a volatilidade também tem sido maior em comparação com os oito primeiros meses. As incertezas no campo da economia e da política certamente têm pesado sobre a variável. Os desafios impostos pela elevação dos juros dos Estados Unidos em 2015 também devem tornar a situação ainda mais complicada. 

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