sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ressurgimento dos temores na Zona do Euro?

Recentemente, os temores sobre uma possível saída da Grécia da Zona do Euro voltaram ao noticiário mundial, em função do fortalecimento do partido Syriza (de extrema esquerda) nas pesquisas de intenção de voto para as eleições legislativas. Convém lembrar que a legenda é contra a adoção de medidas de austeridade que vêm sendo conduzidas há alguns anos pelo País. Caso o êxodo se confirme, outras nações da periferia (notadamente Portugal, Irlanda, Espanha e Itália) poderiam seguir o mesmo caminho, o que tenderia a enfraquecer muito o bloco.

O gráfico abaixo mostra a correlação entre duas variáveis sobre o tema em questão. A primeira diz respeito à probabilidade de ruptura do bloco no horizonte de um ano, calculada a partir de sondagens com investidores individuais e institucionais pela Sentix. A segunda mostra o Índice de Sentimento Econômico da Zona do Euro, compilado pela Comissão Europeia, sobre a percepção dos agentes (incluindo consumidores e empresários) sobre a atividade econômica. No caso dessa última, o eixo está em escala inversa, uma vez que a relação entre as variáveis é negativa: quanto maior a probabilidade de ruptura, pior (menor) é o sentimento econômico, e vice-versa. O que se nota é uma nítida melhora ao longo da série histórica disponível.


Na última leitura (dezembro), a probabilidade de ruptura passou de 11,6% para 19,9%. Além disso, os entrevistados também podem apontar, entre três nações, quais serão aquelas que devem sair da Zona nos 12 meses seguintes ao de referência. No caso da Grécia, a probabilidade passou de 9,7% para 18,7%, valor mais alto desde julho de 2013. Portanto, mesmo depois de 6 anos da eclosão da crise financeira internacional de 2008, as incertezas ainda pairam sobre o bloco.

Fonte dos dados: Probabilidade de ruptura (Sentix); Índice de Sentimento Econômico (Comissão Europeia)

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