quinta-feira, 16 de abril de 2015

A defasagem da competitividade brasileira

            Anualmente, o World Economic Forum (WEF) divulga um índice de competitividade global para um total de 148 países. A vantagem do uso desse indicador diz respeito a sua abrangência, uma vez que inúmeros fatores são levados em conta para a composição de um ranking global. Os valores são construídos com base em entrevistas conduzidas com mais de 14.000 executivos em todas as partes do mundo. A edição mais recente (2014-2015) utiliza informações referentes ao ano de 2013.

            Ao todo, são 12 grandes quesitos que incluem: (i) instituições, (ii) infraestrutura, (iii) ambiente macroeconômico, (iv) saúde e educação primária, (v) educação secundária e treinamento, (vi) eficiência do mercado de bens, (vii) eficiência do mercado de trabalho, (viii) desenvolvimento do mercado financeiro, (ix) velocidade de implementação tecnológica (technological readiness), (x) tamanho do mercado, (xi) sofisticação dos negócios e (xii) inovação. Cada um desses pilares é avaliado sob a ótica de diversos indicadores com base nas notas fornecidas pelos respondentes. Uma breve análise dos mesmos permite afirmar que importam tanto os elementos da "porta para dentro" quanto da "porta para fora" do processo produtivo das empresas.

            O Brasil está na 57ª posição, atrás de importantes pares internacionais, como Rússia (53º), Chile, (33º), China (28º), Coreia do Sul (26º), e Singapura (2º). Entre os fatores mais problemáticos para o ambiente de negócios no nosso País estão os já conhecidos entraves estruturais associados ao chamado “Custo Brasil”, como: (i) má qualidade da legislação tributária, com 18,2% das respostas, (ii) excesso de regulações no mercado de trabalho (15,0%), (iii) oferta inadequada de infraestrutura (15,0%), (iv) elevada carga tributária (13,5%) e (v) burocracia governamental ineficiente (12,8%).

            O gráfico abaixo mostra a relação entre o ranking internacional do indicador de competitividade com o Produto Interno Bruto para cada país (em dólares correntes, para fins de comparação, do ano de 2013). O Brasil está destacado no ponto laranja. Há uma clara correlação positiva entre as variáveis, ou seja, maiores níveis de competitividade estão associados, na média, a maiores níveis de geração de riqueza. Vale destacar também que a linha que melhor se ajusta aos pontos é exponencial. Isso significa, nesse caso específico, que avanços de uma nação em comparação com outras na competição internacional são mais do que compensados pelo PIB per capita.

Ranking de competitividade do WEF e PIB per capita
(Posição no ranking mundial e US$ correntes - 2013)
Fonte: WEF e Banco Mundial.

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