domingo, 5 de julho de 2015

Como a atividade econômica e a geração de emprego estão relacionados

A atual recessão brasileira tem causado impactos adversos em diferentes vetores, incluindo o mercado de trabalho. Quando o nível de atividade está nesse estágio do ciclo econômico, as empresas optam por demitir funcionários para cortar custos. Caso isso não ocorra, essas firmas deixam de ser competitivas e podem fechar as portas. Ao contrário, quando há expansão, o número de contratações tende a se elevar para dar conta do maior número de pedidos.

Tendo isso em vista, o objetivo desse post é mostrar a relação do mercado de trabalho com o PIB através de alguns dados oficiais.

As informações sobre geração de emprego são fornecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) via Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Convém lembrar que as estatísticas dão conta somente dos funcionários celetistas. Apesar desse limitador, essa variável é um termômetro fundamental para avaliar as condições do mercado de trabalho do Brasil. Em maio (último dado da série histórica), o número de demissões superou o de admissões em 116 mil. Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1992.


Para dar conta do objetivo dessa análise, o gráfico abaixo mostra o saldo da geração de empregos em âmbito nacional (média móvel em 12 meses) e o PIB (representado aqui pela sua proxy mensal calculada pelo Banco Central, o IBC). Há uma forte correlação positiva entre as séries. De fato, a evidência a partir dos dados corrobora com a expectativa a priori de que a criação líquida de postos de trabalho é uma variável pró-cíclica. 

Geração de empregos e PIB (IBC-BR)
(Média móvel e variação percentual acumulada em 12 meses)

O que esperar dessa relação no futuro? Conforme as projeções mais recentes de diversas instituições do mercado financeiro que participam do Relatório FOCUS, do Banco Central, a situação tenderá a continuar difícil. As expectativas do PIB vêm sendo sistematicamente revisadas para baixo em 2015 e, conforme os últimos dados, apontam para uma retração de 1,5%. Para 2016, esse mesmo movimento também é observado. Portanto, as demissões tendem a continuar.

Fonte: Geração de Empregos (CAGED/MTE).
IBC-BR - Banco  Central (Série 17439 do SGS).

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