terça-feira, 26 de julho de 2016

Atualização do exercício envolvendo confiança e investimentos produtivos no BR



Os próximos textos do blog trarão uma atualização de alguns dos exercícios já feitos no passado, a partir da divulgação dos dados mais recentes por parte dos institutos de pesquisa. Em 2015, por exemplo, mostramos que a confiança dos empresários industriais é um indicador antecedente dos investimentos que visam elevar a capacidade produtiva da economia brasileira. O objetivo desse texto é mostrar o que se pode esperar com relação à trajetória da formação bruta de capital fixo.


As estatísticas do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) foram atualizadas até o segundo trimestre, enquanto o último dado dos investimentos diz respeito aos três primeiros meses de 2016. Diferentemente do artigo que versou sobre esse assunto em 2015, não se procedeu o deslocamento da série temporal do ICEI, com o objetivo de deixar claro o caráter antecedente dessa variável, conforme o gráfico abaixo.

Índice de Confiança do Empresário Industrial e Formação Bruta de Capital Fixo - Brasil
(Variação % acumulada em 4 trimestres)
 
Um simples exercício pode nos dar uma pista sobre a evolução dos investimentos: se o nível do ICEI de julho (47,3 pontos) permanecer inalterado, em média, até o último trimestre de 2017, o que acontecerá com aqueles? O “ICEI Simulado” aponta para um crescimento bastante significativo no ano que vem, devolvendo parte das perdas acumuladas desde meados de 2014, sobretudo porque a confiança atingiu níveis historicamente baixos em 2015. Convém lembrar que o patamar supracitado ainda denota sentimento de pessimismo por parte dos empresários da indústria, pois está abaixo dos 50 pontos.


Ademais, considerando a mesma taxa de variação acumulada em 4 trimestres para a confiança, além da defasagem de um trimestre entre ambas, a formação bruta de capital fixo deverá avançar 13,7% no ano que vem em comparação com 2016, de acordo com esse cálculo. Se levarmos em conta que essa variável responde por, aproximadamente, 15% do PIB, teríamos um acréscimo de 2,1 pontos percentuais ao crescimento da economia em 2017.


Eventuais mudanças na dinâmica do ICEI dependem, basicamente, da situação política. Caso o impeachment não se confirme, a confiança deverá desabar. Todavia, se o governo conseguir encaminhar reformas que aumentem a competitividade da economia e reduzam os custos de produção, a confiança deverá aumentar ainda mais.

Formação Bruta de Capital Fixo (IBGE)

Nenhum comentário:

Postar um comentário