Os
grupos de produtos que compõem o IPCA, principal índice de inflação do Brasil, podem
ser divididos de várias formas. Entre as principais para a análise da dinâmica
inflacionária está aquela que separa os preços livres, determinados pelos
mecanismos de mercado (lei da oferta e da demanda), dos monitorados, que sofrem algum grau de interferência por parte do governo. O IBGE, responsável
pelo cálculo dos indicadores, não divulga a importância relativa (peso) de cada
uma dessas classificações, mas apenas dos itens individualmente. O objetivo
desse artigo é construir uma série histórica da importância relativa dos
produtos monitorados no IPCA ao longo do tempo.
O
primeiro passo é determinar quais são os itens levados em consideração pelo
IBGE. Toma-se como base este informe, de onde foi retirada a tabela abaixo, que detalha as mercadorias e os respectivos pesos para criar essa classificação.
Detalhamento dos produtos monitorados - IPCA
Identificados
os componentes, basta ir ao site do IBGE e selecionar no SIDRA o peso dos seguintes
subitens e subgrupos, conforme o detalhamento a seguir:
2202003.Energia elétrica residencial
2202003.Energia elétrica residencial
2101004.Taxa
de água e esgoto
2201004.Gás
de botijão
2201005.Gás
encanado
6203001.Plano
de saúde
6101.Produtos
farmacêuticos
7201063.Jogos
de azar
5101001.Ônibus
urbano
5101002.Táxi
5101004.Trem
5101006.Ônibus
intermunicipal
5101007.Ônibus
interestadual
5101011.Metrô
5101022.Transporte
hidroviário
5102006.Multa
5102004.Emplacamento
e licença
5102015.Pedágio
5104001.Gasolina
5104003.Óleo
diesel
5104005.Gás
veicular
9101001.Correio
9101002.Telefone
fixo
9101003.Telefone
público
Por
fim, basta somar os pesos. A referência da nota
técnica do Banco Central é maio de 2016, mês no qual os monitorados responderam
por 24,10%. Como os valores batem, calcula-se para o restante da série
histórica, que inicia em 2012. Você pode consultar o gráfico interativo aqui.
É possível verificar que esse conjunto de mercadorias perde boa parte de sua importância relativa entre 2013 e 2014. Foi justamente ao longo desse período que o governo lançou mão de uma série de políticas de controle de preço para evitar que o índice cheio ultrapasse o teto do Regime de Metas para a Inflação de 6,5% ao ano. Além de determinar a redução do preço da energia elétrica, o governo segurou os reajustes dos combustíveis e das tarifas de transporte público.
Entretanto, diante dos desequilíbrios financeiros gerados junto às empresas prestadoras desses serviços, o governo foi obrigado a promover uma grande correção dos preços das mercadorias: enquanto os custos das firmas eram reajustados pela lógica de mercado, o preço de venda estava congelado (até mesmo caindo em alguns casos). Sem essa medida, o fornecimento corria o sério risco de serem interrompidos.
Com o fim do processo de recomposição, o peso dos monitorados voltou aos níveis de 2012. Esses produtos explicam parte considerável da dinâmica inflacionária, especialmente nos últimos anos.
É possível verificar que esse conjunto de mercadorias perde boa parte de sua importância relativa entre 2013 e 2014. Foi justamente ao longo desse período que o governo lançou mão de uma série de políticas de controle de preço para evitar que o índice cheio ultrapasse o teto do Regime de Metas para a Inflação de 6,5% ao ano. Além de determinar a redução do preço da energia elétrica, o governo segurou os reajustes dos combustíveis e das tarifas de transporte público.
Entretanto, diante dos desequilíbrios financeiros gerados junto às empresas prestadoras desses serviços, o governo foi obrigado a promover uma grande correção dos preços das mercadorias: enquanto os custos das firmas eram reajustados pela lógica de mercado, o preço de venda estava congelado (até mesmo caindo em alguns casos). Sem essa medida, o fornecimento corria o sério risco de serem interrompidos.
Com o fim do processo de recomposição, o peso dos monitorados voltou aos níveis de 2012. Esses produtos explicam parte considerável da dinâmica inflacionária, especialmente nos últimos anos.
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